Por causa de vazamentos, grande volume
de água se perde no Brasil entre a captação e a torneira do consumidor,
principalmente nas grandes cidades. De acordo com dados do Atlas do
Saneamento 2011, divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seis em cada dez
municípios com mais de 100 mil habitantes apresentam perdas entre 20% e
50% do volume de água captada. Nas cidades com população inferior, a
perda fica em torno de 20%.
Segundo Daniela dos Santos Barreto,
uma das pesquisadoras do projeto, esse é um problema grave que pode ser
ainda maior. “Em tempos de escassez de água, essas perdas são um
problema sério, causadas por vários fatores como insuficiência do
sistema, redes antigas e sem manutenção adequada, além de furtos de
água. Com tudo isso, o volume que se perde é até difícil de ser
mensurado pelas operadoras e pode ser ainda maior.
O Atlas revela, ainda, que a água
fornecida à população brasileira pela rede geral é obtida, sobretudo,
pela captação em poços profundos – como ocorre em 64,1% dos municípios
brasileiros – e pela captação superficial (56,7%). A água também pode
ser obtida por meio de captação em poço raso ou via adutora de água
bruta ou adutora de água tratada provenientes de outro distrito ou
município.
Em 2008, em todas as regiões do país, a
água disponibilizada à população por meio de rede geral recebeu algum
tipo de tratamento. Na Região Norte, entretanto, o avanço alcançado no
percentual de água tratada distribuída à população, que passou de 67,6%,
em 2000, para 74,3%, em 2008, não foi suficiente para que a região se
aproximasse dos índices nacionais porque a quantidade de água que não
recebe nenhum tipo de tratamento, 25,6% de toda a água distribuída à
população, ainda permanece bem acima dos 7,1% que representam a média
nacional.
Nas demais regiões, mais de 90% da
água distribuída recebe algum tipo de tratamento. A Região Sul, por sua
vez, teve um incremento de 10% no volume de água distribuída à
população, porém, não teve um acompanhamento no percentual de água
tratada.
O estudo mostra que 78% dos municípios
brasileiros investem em melhorias na rede de distribuição de água e a
Região Sul é a que apresenta o maior percentual de municípios que se
incluem nessa situação (86,4%), de investir em melhorias nesse serviço
público. Outra parte do processo de abastecimento que vem recebendo
grande investimento por parte da maioria dos municípios (67,8%) é o das
ligações prediais.
Além disso, estão sendo feitas, em
menor escala, melhorias na captação (49,5% dos municípios); no
tratamento (43,7%); na reservação (36,1%) e na adução (19,9% dos
municípios brasileiros). (Fonte: Flávia Villela/ Agência Brasil)
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