As políticas públicas de saneamento
básico, sobretudo as voltadas à implantação e ampliação de redes
coletoras de esgotos, não conseguiram, na última década, acompanhar o
crescimento demográfico da população brasileira nas áreas urbanas. A
falta de sistemas de esgotamento sanitário atinge quase metade (44,8%)
dos municípios brasileiros. A Região Norte é a que apresenta a situação
mais grave. Apenas 3,5% dos domicílios de 13% dos municípios da região
têm acesso à rede coletora de esgoto.
A informação faz parte do Atlas do
Saneamento 2011 do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado
nesta quarta-feira (19), com base na Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico de 2008. A pesquisa aponta que, dos serviços de saneamento, o
esgotamento sanitário é o que apresenta menor abrangência municipal. Em
2008, 68,8% do esgoto coletado no país recebeu tratamento. Essa
quantidade, porém , foi processada por apenas 28,5% dos municípios
brasileiros, confirmando acentuadas diferenças regionais. Enquanto 78,4%
das cidades paulistas ofertam sistemas de coleta e tratamento de
esgotos à população, no Maranhão esse percentual é só 1,4%.
São Paulo é o único estado em que
quase todos os municípios aparecem providos de rede coletora de esgoto,
com exceção de Itapura (no noroeste do estado). Acre, Amazonas, Alagoas,
Minas Gerais e Rio Grande do Sul apresentam taxa inferior a 50% de
municípios assistidos.
A maioria dos municípios sem
sistema está em áreas rurais e tem população dispersa, menos de 80
habitantes por quilômetro quadrado. Nesses locais, os dejetos são
jogados em fossas sépticas, valas a céu aberto, fossas rudimentares ou
diretamente em rios, lagoas, riachos ou no mar. (Fonte: Flávia Villela/ Agência Brasil)
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